dezembro 29, 2007

As consequências duma possível escassez do petróleo

Por: Avelino A. Calunda

Numa entrevista concedia recentemente num dos canais de televisão Holandesa, RTL Z1*, (no dia 22 de Novembro do ano corrente 2007) o professor Americano, Michael T. Klare*2, fez pronunciamentos sobre as consequências da escassez do petróleo nos próximos anos, contra as potências ora dominantes e que actualmente se deparam com o surgimento da Republica da China e Índia como sérios adversários na disputa dos recursos petrolíferos em África.
O professor Michael Klare antevê mesmo a “terceira guerra mundial”, como resultado da disputa no controlo das zonas Africanas ricas em petróleo! (fazendo eco dos recentes pronunciamentos do presidente Americano, George W. Bush).
Ao longo da entrevista o professor fez alusão ao facto de os Estados Unidos e a China, aumentarem o número de acessórios militares nos países Africanos produtores de petróleo, com mais incidência nos últimos anos, por causa da situação menos confortável que se vive (e que se espera por muito tempo ainda) na região do Golfo Pérsico.

A África é vista como um recurso para extração do "ouro negro" para manter o ritmo das industrias naqueles países, o que explica o interesse crescente destes dois gigantes virarem para o continente Africano.

O académico debruçou-se durante um quarto de hora, enfocando o facto de a China usar métodos nunca antes vistos, que consistem em, ao desbloquear bilhões de dólares para determinados projectos, enviar ao mesmo tempo a sua mão-de-obra em massa, nos países Africanos, o que resulta (no seu ver) em tais investimentos não beneficiarem necessariamente os Africanos, o que já está a causar um efeito “boomerang” contra a China em muitos sectores nos países Africanos onde já se faz sentir a presença em peso daquela nação Asiática. “Este facto poderá fazer com que os Africanos revejam eventualmente os moldes de cooperação que muitos governos de países produtores de petróleo assinaram com o dragão vermelho”. Asseverou o entrevistado.

Perante estes pronunciamentos é oportuno nos interrogarmos, e procurar entender se os mesmos reflectem preocupações genuínas a favor dos Africanos ou se são apenas “dores de cotovelo” pelo facto de a África ter tido contactos mais próximos durante séculos e décadas com os países do ocidente e nunca (depois de se livrarem do jugo colonial) ter vivido momentos de alívio económico, como resultado da cooperação com as instituições económicas e financeiras Europeias?

Deixo para reflexão dos meus co-cidadãos, o livre arbítrio sobre os seguintes pontos:

1 – Desde quando a China está fazendo emprestimos avultados para projectos de desenvolvimento em África, e os resultados são visíveis? E se são visíveis, quem são ou serão os beneficiários?

2 – Quanto tempo os Africanos têm estado em contacto permanente com os Europeus e quais são ou foram os resultados económicos e cientificos ganhos pelos Africanos?

3 – No caso particular de Angola, estão os governantes do nosso país cientes do facto que o actual fluxo de Chineses no nosso país, pode ter impacto negativo a longo termo, caso não se tomem medidas preventivas, para que não se repitam os mesmos erros do passado/presente, erros que têm feito com que os nossos recursos naturais sirvam o desenvolvimento doutros povos em detrimento dos filhos deste país?

É urgente que peguemos em mão o nosso destino. Como exortou o Dr. Carter G. Woodson3*:

“Os povos que dependem muito dos outros, nunca têm mais benefícios no fim do que tinham no passado”.

Final: Caminhemos para ao nosso destino que é: A paz, o desenvolvimento económico, científico e espiritual.

1 comentário:

WeSlleY_eXBLOGGER disse...

Muito bom! Países que possuem riqueza, deveriam ter, antes de mais nada, honra e respeito aos seus próprios cidadãos, ao invés de se deixarem explorar pela ganância inescrupulosa dos estrangeiros!