dezembro 31, 2007

«A Lenda do desaparecimento das 12 Famílias de Israel»

por A. António Calunda

O desaparecimento de 12 Tribos/famílias de um povo escolhido é um acontecimento de bastante interesse para cada cidadão deste universo e particularmente para os Angolanos, pois esta história tem haver, de uma forma ou de outra, com a sociedade ou história de Angola. Tantas perguntas e equações não respondidas ou resolvidas. Um tema de bastante importância para toda gente interessada na história humana, nos acontecimentos que ocorreram milhares de anos atrás mas que continuam a determinar o rumo de vida de cada um de nós. Neste documento desejo partilhar os factos recolhidos durante muitas investigações que tenho estado realizando ao longo dos anos, a partir de fontes diversas.
O objectivo que me leva a partilhar estas informações é o de fazer com que tenhamos o conhecimento mais abrangente da nossa história, com a convicção de que este mesmo conhecimento possa servir de armadura mental e psicológica, para proteger a nossa consciência colectiva, contra a encarceração mental e ou o “mind-set” que consiste a perpetuar os povos Africanos no “Gheto” de ignorância do seu passado inspirador. Sou dos que pensam que o conhecimento de nós mesmos, o saber da nossa história numa visão mais abrangente, poderá ajudar a curto, médio ou longo termo, a libertação total das nossas mentes.

Como o malogrado Cantor Bob Marley recitou: "No one will liberate us but ourselves, from the mental slavery”; Ou seja: Ninguém nos liberará mas nós mesmos, da escravidão mental.
Vou utilizar a “Tautologia” Tribos/Famílias com o prَoposito, de indicar ao leitor, o sentido Sagrado do termo Tribo, no contexto Bíblico. Tribo é de facto o conjunto de pessoas de mesmo pai e mãe, ao contrário da conotação negativa que poder soar em algumas mentes. Importa realçar aqui também, que segundo estudos cientificos-linguisticos, na Bíblia, ao lermos: Kem/Kam, (Eethiops) Etiopia, Egipto, Cush, Mizraim significa a mesma coisa. Isto é: Terra de gente de pele queimada/preta ou seja o actualmente chamado continente Africano.Para quem está familiarizado e interessado a este tema, sabe que não se pode enfocar a trajectória milenar do povo Hebraico, sem recorrer ou se basear na exegética.
Apoiando-se para além da Bíblia, nos trabalhos de investigação de grandes nomes como: O do professor Cheik Anta Diop; o historiador e Etnoَlogo Alemão, Léo Frobinius; David Icke (Le plus Grand secret, pag.153); Joseph E. Holloway (Africanisms in American Culture); Flavius Josephe; The Stolen African Legacy; Jesus L’Africain (Melo Nzeyitu Josias); Clarke Jenkins (The black Hebrews of Seed of Abraham), lê-se o interessante e peculiar percurso deste povo.

Todos trabalhos realizados por estes homens de cultura, convergem na revelação da verdadeira identidade e paradeiro das 12 Tribos/Famílias originais de Israel. A abordagem deste tema pode parecer polémico ou controverso para alguns, mas devo sobretudo enfatizar que se trata aqui duma questão de conhecimento geral, ou de cultura geral. Espero que assim seja entendido. E também porque sei que grande parte da boa literatura em particular sobre o capitulo referente a existência dos descedentes directos das 12 Tribos/Familias, estão em Inglês, Francês ou Espanhol, o que limita muita gente amante de leitura no nosso pais, acessarem-se a estas leituras interessantes, ao procurarem entender os porquês de uma série de coisas que não conseguimos saber apreciar.
Para melhor compreender como é que as 12 Tribos/Familias se encontram em África, quando aos olhos do Mundo elas estão perdidas, teremos que fazer algumas paragens na Historia milenar destas Famílias, ao basearmo-nos sobretudo na Sagrada Escritura, neste caso na Bíblia.

I: No livro de II Reis, capitulo 17:6, revela que a aparição de Caucasianos/Europeus na terra de Israel operou-se pouco tempo depois da morte de Salomão. Foi a partir daquela data que as 12 Tribos/Familias de Israel entram numa Era de turbulência, que culminou com a separação do Reino em duas entidades distintas. As Dez (10) tribos/Famílias do Norte (Rubins, Simeon, Levi, Zabulon, Issacar, Dan, Gad, Aser, Nefatael e Josef), e as Duas (2) Tribos/Famílias do Sul (Juda e Benjamim). As Tribos/Famílias do Norte adoptam o nome de Israel e as duas do Sul denominam-se Judía e assim se erga o muro de separação entre as duas partes. Este cismo foi o cumprimento duma profecia que se pode ler no livro de I Reis, capitulo 11 verso 4 até 12.

II: Por causa da sua idólatria, o Reino do Norte composta de Dez (10) Tribos/Famílias (como ja referenciado acima), cai em 772 antes da nossa Era, sobre a dominação do rei Salmanasar, e os leva para o cativeiro em Assíria (I Reis 17: 6 ate 18).Foi a partir daquela data que intervêm o elemento capital para compreender o mistério da existência de Dois (2) Israel (s). Um (1) composto de de estrangeiros/Prosélitas e outro Israel das 12 Tribos/Famílias originais.

III: Os Assírios se Judaízam e Israel é por causa desta ocorrência, Dupla. No livro de II Reis capitulo 17:24 ate 30, revela que o Rei da Assíria fez vir gente de Babilónia, Cutha, De Ava, de Hamath e de Sefarvaim e lhes ESTABELECEU nas cidades de Samaria, em subs-ti-tui-ção dos filhos de Israel. Foi a partir daquela época que os sujeitos do rei da Assíria, que não tinham absolutamente nada haver com a identidade genealógica das 12 Tribos/Famílias de Israel, adoptam os usos e costumes destes últimos, ao começarem pela religião.

IV: Dois séculos depois das Dez (10) Tribos/Famílias do Norte, as duas Tribos/Famílias do Sul caiem por sua vez sobre dominação de Nebucadnetsar, rei da Babilónia e os leva em 538, cativeiro para Babilónia (Salmos 137). Foi sobre estas duas deportações (em Assíria e Babilónia), que se funda a famosa legenda do desaparecimento das 12 Tribos/Famílias de Israel. Mas como muitas legendas, essa é uma falsa legenda que não resistiria para sempre, quando posta a lupa da Historia. Continuemos:

V: No fim de cerca de 80 anos de deportação do povo Hebraico a Babilónia, Deus lhes inspira um libertador em pessoa de Cyrus - Rei da Pérsia (Isaías 45:13 e Esdras 1: 1 até 4). Foi assim que reunidos sobre a liderança dos inspirados Divinos (Esdras, Némias e Zorababel), tomam o caminho de regresso para a sua terra de origem.

De volta para sua terra, eles encontram estrangeiros ocupando suas casas e terras; os desconhecidos nas suas casas... (Lamentações de Jerémias 5:1 até 12). Foi a força destes eventos que justificam a coabitação de dois (2) Israel (s): Um Prosélita e outro De sangue, comprovado pela existência de descendentes directos dos Patriarcas Hebraicos. Se podermos fazer uma analogia com a Africa do Sul (...), naquele territَrio, vivem Sul-africanos de origem Europeia (Holandeses e Ingleses) (...), como resultado de ocupação deste país pelos Holandeses/Boers e Ingleses; e os Autóctones: Zulu, Xhosa, Tswana e Bapedi, grupos de famílias que compõem a sociedade Sul-africana.

Do mesmo, a força dos acontecimentos forçou a coabitação na Africa do Sul (...), de dois povos naquele país Africano (.). Como não cabe ao homem mortal desinstituir, o que o Criador do Universo, o Todo Poderoso institui, as 12 Tribos/Família de Israel não podiam desaparecer. Elas estiveram e estão presentes um pouco por todo continente Mãe-África, tendo mais incidência em Angola.

O facto mesmo de ter sido nesta parcela do continente Negro a sair o primeiro contingente humano para o cativeiro (Jesus L’Africain, Melo Josias), para as terras de longe: Américas, Ilhas das Caraíbas (Deuteronómio 38:68; Sofonías 3:9 até 10), põe para terra toda teoria do desaparecimento dos filhos de Israel. E, não foi fortuito que Theodor Herzl Benjamin Zev, fundador do “National Zionism” e “The World Zionist Organization” propôs em 1903 estabelecer um estado exclusivamente Judaico na Uganda, (G. Neuburger - The difference Between Judaism and Zionism), ou mais concretamente em 1886, com o intuito de fazer a junção com os Dispersos de Israel originais estabelecidos em Angola, um membro eminente da Comunidade Israelita, S.A. Anahory, ter feito uma proposição aos lideres Sionistas, (que estavam a procura de um território para fixar os "Judeus" na época sujeitos a perseguição em toda Europa), uma demanda formal, ao então protector governo Português, a concessão do planalto de Benguela, para instaurar o suposto estado de Israel.

Os esforços incessantes culminaram com a adopção pelo parlamento Português em 15 de Junho de 1912, do projecto de lei baptizado "Projecto Bravo" (consultar o jornal de Angola-nr.66, do dia 17 de Dezembro 1995). Feliz ou infelizmente, a "Jewish Territorial Organization" uma organização então encarregue de encontrar um território de refúgio para os "Judeus", rejeitou esta opção, durante o congresso realizado de 27 a 30 de Junho de 1912 em Viena-Austria.

A justificação plausível da não efectivação destes projectos, só se podem entender, se se darmos a pena, de ver estes episódios, através da lupa espiritual (Apocalipse 2:9; Lamentação de Jeremias 5:10 e Job 30:30) (...). Em outras palavras, para um bom entendedor, poucos indícios bastam, para dar conta de que os autores dessas proposições, foram iluminados e sabiam o que estavam fazendo; tinham pistas da presença dos seus "irmãos" (...) em África e mais precisamente em Angola!

Para o conhecimento mais amplo do nosso património histórico, baseando nas sagradas escrituras e não só; para abrir debates construtivos sobre o nosso tesouro histórico, procurar entender certos factos que podem estar na origem da incompreensão do nosso passado longínquo ou recente, foram assim, aqui resumidas em poucas linhas, a discrição de etapas que estão na base da teoria do desparecimento das familias predilectas [...] de Deus.

1 comentário:

Anónimo disse...

dizem que os corvos que alimentaram o profeta elias er um grupo de pessoas, sarcedotes ou profetas. SERÁ?

email:miniozonioYAHOO.COM.BR