Esta se vivendo atualmente no mundo, um estado de espírito diferente. Ele esta se fazer sentir com mais acuidade nos Estados Unidos da America. Este fenômeno chama-se “Efeito OBAMA”.
Enquanto pensava-se que este efeito era apenas dos Democratas, os Republicanos sentem-se também contagiados. Assim sendo, o mesmo atravessou o oceano Atlântico e se manifestou em Angola, que se tornou o El Dourado para muitos ocidentais que já nem hesitam em passar noites nas filas para pedidos de vistos de entrada, nos Consulados de Angola (o caso dos Portugueses) que procuram sair dos seus países, para se livrar da desolação que o seu sistema econômico produziu.
Será esse, um sinal de declínio da civilização ocidental?
Esta afirmação parte duma constatação simples: O mundo em que vivemos está sofrendo. Se no passado a crise era sinônimo de peste para os países do terceiro mundo, de a um tempo para cá, a crise afeta os bastados detentores do sistema financeiro e econômico moribundo ocidental. Se ontem a crise era moral, espiritual, nos dias de hoje ela afeta os ocidentais naquilo que é a sua arma secreta, a sua arma fatal: O Dinheiro (Money).
Para se saírem dessa, uma estratégia foi traçada: Encontrar uma alternativa com os Africanos, em África; com este povo dotado de sete (7) vidas; este povo cuja arte de sobreviver os ajuda a travessia do deserto que os permitiu passar por:
Quase-exterminação (trato negreiro, colonização, guerras fratricidas, genocídios, calamidades, etc. e está sempre de pé {a travar ou parado, depende como cada um vê a vida do Africano em África.!!}).
- As riquezas exploradas de maneiras a constituir as reservas no ocidente continuam, mas talvez sabem também, que mesmo as reservas acabam!
É esta a realidade que fascina o mundo atualmente. “Foi assim que diante desta realidade, Obama durante a sua campanha presidencial repetia o seu Slogan irresistível: “Yes We Can”- Sim, Podemos”, Os Americanos Não tiveram outra opção senão entoar com ele este celebre Slogan. E para fechar (como se isso não bastasse), atualmente, o partido Republicano escolheu também desta feita, um negro (Michael Steele), como seu cavalo de tróia.
Os Afro-Americanos talvez se passassem disso. Mas Obama não esqueceu ao lhes fazer lembrar daquele momento histórico, como repetiu no seu discurso de investidura:
“o ato que estou realizando hoje, parecia impossível a 60 anos, para uma pessoa de minha casta, pois nem mesmo num restaurante podia ser servido”... rematava assim o atual presidente dos Estados Unidos da America. Nesta óptica, o mesmo teste tinha que passar com os Angolanos.
Em Angola, enquanto o ocidente sofre de dificuldades em atingir um crescimento econômico viável, este país tem o seu crescimento na media dos 20 %!
Perante esta realidade fascinante, o mundo ocidental se interroga do que se terá realmente ocorrido. Será que os Angolanos entendem o que se passa?
Estão realmente ao corrente desta nova realidade?
Sabem que eles (os Angolanos) têm agora a oportunidade de serem donos do seu destino?
Se a colonização teve o seu sucesso por causa da evangelização de missionários, agora era sem tempo saber, se os Angolanos (e Africanos duma maneira geral) podem através de meios próprios, saírem (ou começar a sair) do marasmo de desenvolvimento em que ainda se encontram mergulhados.
Ao analisar a recente visita de Bento XVI a Angola, algumas questões pertinentes subsistem no intelecto de Angolanos atentos a estes novos ventos que pairam sobre este país. Senão vejamos:
Em 1992, Angola saía duma guerra fratricida depois de assinados os acordos de Bicesse. Foi durante àquele período de paz frágil que o Papa João Paulo II decidira visitar Angola.
Para quem está imune de amnésia, recorda que naquele ano, muitos Angolanos clamaram de viva voz que “O Papa veio trazer a paz a Angola”. Estávamos no mês de Junho. Infelizmente, no fim daquele ano (1992) a guerra recomeçou com mais violência como nunca antes.
- 17 anos mais tarde, é o Papa Bento XVI que se rende ao nosso país, depois de os Angolanos porem fim a uma guerra fratricida em 2002; como resultado de encontros realizados entre si, mesmo dentro do país.
Os Angolanos estão atualmente apostados no desenvolvimento do seu país como nunca antes. Depois de se reconhecerem os resultados do crescimento econômico e ter suscitado uma certa admiração (mesmo se ainda não refletem no dia a dia da maioria dos Angolanos) ao ponto mesmo de o país servir de El dourado para os Ocidentais e Asiáticos (Portugueses e Chineses na sua maioria). É justo afirmar que muitos ainda têm uma memória curta, pois não obstante os fatos aqui mencionados, muitos Angolanos ainda se deram a pena de evocar “Papa Bento XVI, abençoe Angola”. Isso como se tratasse de pedir ao Papa, o aval da “paz” que já se vive em Angola!
Essa entre outras, são perguntas justas que os homens e mulheres livres podem debater respeitosamente.
Durante a sua estadia no país, Angolanos demonstraram a sua maturidade face ao evangelho, mas fariam mais se ao fazerem uma analise retrospectiva da fé Cristã, ao dissecar as partes sombrias, pedissem reparações para que a Igreja católica Apostólica Romana se livre da sua consciência coletiva, das nodoas deixadas pelos Missionários. Porque muitas vozes se levantaram para clamar o respeito do reino “Kongo e seus sujeitos”, quando os Ocidentais procuraram se aproximar da África, é justo perguntar, como é que este Reino foi recompensado pelos seus “bons serviços”?
1-Um dos Reis decapitado, o Rei António I, cuja cabeça fora exposta na igreja de Nazaré em Luanda, para os autores de aquele macabro ato celebrarem a Victoria (?!)
2 - Uma das suas filhas fora queimada viva, por causa da sua fé. Trata-se da Kimpa Vita, Dona Beatriz. Limitamo-nos citando estes dois feitos, para não alongar a lista; deixando bem claro que os descendentes destes Mártires vivem atualmente, se alimentando sempre de sua historia. Porque se, não se pode apagar uma historia, pelo menos pode-se reparar o mal, através de gestos humanísticos, até porque Deus, o Criador de tudo, deu-nos um dom, o de PERDOAR.
Procuremos não deixar o preço da ingenuidade ditar supostas bênçãos, partindo do principio que cada povo só é respeitado quando se afirma por meios militares, culturais, espirituais, econômicos, financeiros e científicos próprios.
Angola pode ser esta nação: Forte-economicamente; forte-militarmente; forte- espiritualmente; forte-cientifica e culturalmente. “Yes We Can” – Sim, Podemos !